quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A reconquista: portas abertas.

- Sai daqui agora.
- Por favor, não faz isso comigo! Juro que nunca mais vai acontecer.
- Você é nojenta. Sai daqui.
- Não! Não! Isso não vai se repetir, meu bem, eu juro! Não me mande embora!

De nada adiantava, ele permanecia impassível, olhando para algum ponto fixo no chão, a porta aberta          enquanto a mulher choramingava, implorava um perdão que não parecia possível, tanto mais levando em conta que as coisas não andavam bem havia algum tempo. Há tempos que um não via o outro sem que acontecesse uma indiferença recíproca, embora ele soubesse ainda existir amor. Um amor não mais arrebatador, é verdade. Onde estaria então? Estamos há tanto tempo juntos, pensava. Será que todo esse tempo foi desperdiçado? Não. Sabia que era apenas uma questão de se esforçar um pouco mais - como nos velhos tempos.

Naquela manhã acordou amando-a e enquanto a observava dormir, sorria babacamente. Vestiu seu uniforme e saiu pra trabalhar, não sem antes pousar um demorado beijo na testa da bela adormecida e refletir que desde quando decidiram morar juntos a coisa começou a dar errado e pensou ainda que todos os dias são bons até o inevitável momento de levantar; depois disso é um gotejar de horas, minutos e segundos e formalidades e obrigações a serem cumpridas. Compridas. 
- Tem gente que diz que o mundo não tem nada pra oferecer, mas eu comparo o mundo com um bolo. Um bolo cheio de cobertura e confeitos, mas quando você corta, só tem terra, é pura ilusão, irmãos! Mas EU SEI, senhores, EU SEI, que Jesus tem um pão fresquinho pra oferecer a vocês e sei que TODOS VOCÊS estão comendo esse pão agora, passando uma manteiga do céu...

Lembrou-se desta pregação que ouvira certa vez em um trem lotado, como agora. Que bom que proibiram essa merda. Teve vontade de rir e de desmaiar, mas a vontade de amar o havia tomado por completo.

Naquela noite, recusou todos os convites a bares e puteiros que tanto adorava saindo do trabalho direto pro bar do Alvarenga, cheio de dentes à mostra. Pediu uma cerveja escura, uma dose de catuaba, dois ovos cozidos e um pacote de amendoim. Tomou tudo entre piadas da turma do bar, os olhos bem abertos como se estivesse louco e foi embora sem maiores delongas "como nos velhos tempos". Pegou o Santa Cruz direto pra Central que, pelo horário, já estava vazio, de modo que pôde escolher um lugar ao acaso e sentar-se pensando que estava com sorte, pois o trem não só tinha ar refrigerado, como estava funcionando. Sacou um volume do Trópico de Câncer pra se distrair, mas sua cabeça já estava dentro de casa. Não percebeu a voz anunciando que aquele trem não faria parada na estação de São Francisco Xavier, e quando deu por si já estava em São Cristóvão. Fosse outro momento, teria resmungado e carregado um estado de tensão até o dia seguinte, mas não hoje. Desceu em São Cristóvão mesmo e esperou o próximo trem na direção oposta.

Ao entrar em casa, sorrateiro qual ladrão, surpreendeu a mulher de pé na cozinha, mastigando alguma coisa, de costas pra ele e fez um barullhinho com a chave só pra ela não se assustar demais. Abraçou-a por trás, com o pau levemente teso, mordiscou-lhe a nuca do jeito que ela gostava. Ainda um pouco surpresa, a mulher ofereceu o rosto, que foi prontamente beijado. Sentiu o pênis se avolumando pressionado contra seu corpo e as mãos afastando com delicadeza suas pernas e massageando sua buceta por cima da calcinha velha que usava. Deixou escapar um gemido baixinho. Ele então afastou a calcinha toda babada  de tesão com o dedo indicador ao mesmo tempo que introduzia o médio. Fizeram amor ali mesmo mas foram continuar no quarto.

As coisas não podiam estar melhores, pensava no instante em que a mulher, empolgada com tudo isso, decidiu ousar, pedindo, transtornada e tresloucada: Come meu cu. O cara se emocionou. Mesmo após tanto tempo juntos, após várias tentativas, ela jamais cedera a tal capricho e agora estava lá, repetindo o pedido: vai, come meu, come. Refeito desta surpresa, incrivelmente excitado, introduziu lentamente a cabeça do pau no cu da mulher; ela gemia alto AI AI AAAAI...e ele pensava que a estava machucando e parava, ao passo que ela pedia METE NÃO PARA METE e ele metia no buraco apertado de forma cada vez mais cadenciada até que começou a sentir um forte cheiro de merda. Sua reação ao ver o pau todo cagado foi, logo após a ânsia de vômito, jogar a mulher pra fora da cama com um tapa acompanhado de um sonoro PORRA! Ela tentou dizer alguma coisa, sentada no chão, mas tomou um chute na lateral da coxa SAIDAMINHAFRENTECARALHO 

Ele olhou pro lençol sujo e foi lavar-se. Voltou pra sala abrindo a porta e fez a mulher sair toda cagada.

5 comentários:

  1. HAHAHAHAHAHAHAHA..
    Ficou muito melhor do que a promessa de que ficaria bom.

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  2. Mlk, Sensacional. Gênial!
    Tenso do começo ao fim....

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Cuzinhoemvergoin!

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  4. HAUehuEUHauehUehuaHEuHUEAUAHEuhAUHeuhaueHueHUaheuHUEhAUEHHUEHEhEhAHUehuaEHuehA!!!!!!!!!!!!

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