quinta-feira, 25 de março de 2010

Um dia em um diário achado não importa onde

Paciente diário,

Escrevo todos os dias nestas folhas desde os 16, quando tinha pretensões de tornar-me um grande escritor e me exercitava sobre suas páginas. Hoje, me aproximo dos 40 e acabo de me divorciar da minha primeira e única esposa, a quem só amei enquanto a comia escondido dos pais, mas a amei muito mesmo. Pois bem, atormentado por um vasto histórico de brochadas não somente com ela, por fim me senti obrigado a escolher a solidão como companheira ideal; sem cobranças ou expectativas, passava meus diasde modo agradável: lendo muito, bebendo muito, fumando e me masturbando sempre que possível. Esta pacata vida acabou, entretanto, há cerca de 5 dias atrás, quando, relendo um livro de poemas de Manuel Bandeira, flagrei-me em furiosa ereção ao ler o poema sobre o porquinho-da-índia; desde então não deixo de pensar no terno animalzinho e reluto em realizar o que julgo ser uma perversão absurda embora esteja certo de que o porquinho-da-índia será a minha melhor namorada...cristo! E dizer que estraguei anos da minha vida, que eu quis morrer, que tive meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não fazia meu gênero!

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