Paciente diário,
Escrevo todos os dias nestas folhas desde os 16, quando tinha pretensões de tornar-me um grande escritor e me exercitava sobre suas páginas. Hoje, me aproximo dos 40 e acabo de me divorciar da minha primeira e única esposa, a quem só amei enquanto a comia escondido dos pais, mas a amei muito mesmo. Pois bem, atormentado por um vasto histórico de brochadas não somente com ela, por fim me senti obrigado a escolher a solidão como companheira ideal; sem cobranças ou expectativas, passava meus diasde modo agradável: lendo muito, bebendo muito, fumando e me masturbando sempre que possível. Esta pacata vida acabou, entretanto, há cerca de 5 dias atrás, quando, relendo um livro de poemas de Manuel Bandeira, flagrei-me em furiosa ereção ao ler o poema sobre o porquinho-da-índia; desde então não deixo de pensar no terno animalzinho e reluto em realizar o que julgo ser uma perversão absurda embora esteja certo de que o porquinho-da-índia será a minha melhor namorada...cristo! E dizer que estraguei anos da minha vida, que eu quis morrer, que tive meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não fazia meu gênero!
"Furiosa ereção"
ResponderExcluirFoda!