sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O ponto de vista

Falávamos de amor como quem aguarda uma sentença
sem saber que a liberdade
está em poder escolher uma      única pessoa     no meio de tantas outras

Falávamos de sorte como quem conhece o azar
Agora eu sei que é uma questão de ponto de vista
ou talvez algo mais
amanhã pode ser sorte o que hoje não é

Sorte e azar não são casuais

Cobríamos os olhos com vendas muito espessas
e não dava pra enxergar
muita coisa além do que é fácil não lembrar
e agora só conseguimos saber
que vai doer demais ter que esquecer

e isso é muita sorte

sentir falta de ter e medo de perder
discutir com razão ou não e tentar ponderar
e tentar se defender e prestar atenção
enquanto um novo dia vai se anunciando
É morrer de tesão
quando escuta ou quando diz "eu te amo"

É mesmo muita sorte, mas não é uma questão de vida ou morte.

4 comentários:

  1. Bem complicado não ser clichê quando se fala de amor.. mas não dá pra fugir do "Eu te amo" cheio de amor, de tesão, de vontade. Obrigada por essas sensações!

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