Tudo transcorreu de forma rápida, de modo que, quando dei por mim estava correndo atrás de um fantasma, tudo por que tanto me esforcei se esquivava pra longe de mim e quem morria, na verdade,era eu, após ter dado passos mais largos do que me eram possíveis, após tropeçar em minhas próprias pernas, caminhando sem avaliar o terreno por onde me aventurava, sem medir as consequências de onde pisava, pois em cada espaço em que pisamos, deixamos uma marca e eu pisei fundo demais em terreno macio e só nisso, afundei duas vidas. Segui o conselho de Cartola: disfarcei e chorei por ter fracassado em mais uma batalha, mas, insistente que sou, não desisti.
Há os que defendem que a vida é uma sucessão de batalhas. Pois bem, confirmo. Toda a vida é uma batalha por sobreviver e a morte, creio eu, é a mais fácil de se driblar, uma vez que morremos a cada instante, sempre renovamo-nos após a morte de cada um de nossos eus e deslumbramo-nos diante do novo ser que surge. A única batalha, no entanto, que jamas um de nós venceu, é a batalha contra o tempo que, embora não seja linear, faz de nós o que quer. Quem afirma que o passado não tem volta, engana-se profundamente, pois ele volta sim, e volta mais forte neste presente do que no passado de outrora. Volta e volta bruto, tendo por alvos principais de destruição a esperança e o futuro, nos encontrando pelas pegadas que pisamos e deixamos pra trás, que nunca se apagam, mas acontece que a palavra "cautela" só vem na frente de "desculpa" no dicionário mesmo, e "desculpa", por sua vez, só vem depois de "perda". Digam o que quiserem os estudiosos da língua brasileira, mas defendo o dicionário como de maior importância.
Foi assim que estou morrendo. Morrendo de uma morte completa. Morrendo de presente, passado e futuro. O passado que pensei ter enterrado também no passado, me apunhalou no presente, afetando, por sua vez, o futuro. A batalha sempre está perdida quando se encontra o amor, pois, quando o encontramos, perdemos a vida de solteiros e se o deixamos morrer, perdemos novamente, desta vez a vida de casal, sem a chance de voltar à mesma vida de antes e fazemos o mesmo com a outra pessoa, então a tudo se torna uma morte em grupo, de certa forma. MORTEMORTEMORTEMORTEMORTEMORTEMORTE. Quisera eu ser homem e amar a morte. Contenhamos nossas lágrimas. Não falo de vocês, falo de "mins".
Preciso descontinuar meu raciocínio. Não posso seguir adiante e não vou enganar a mais ninguém. Só seguirei quando souber que posso. Cartola fica com a palavra.
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim
Não tenho fé nem certeza, apenas esperança e vontade.
...
ResponderExcluirEstive aqui e fui embora com aquelas lágrimas já bem conhecidas.
É amigo, como escreveu Cobain,, nossa natureza às vezes parece sentir falta do conforto em estar triste.
ResponderExcluirÉ um modo de explicar atos tão errados que achamos por algum momentos executá-los de forma tão correta.
OBS: Já fui esse, e fico alerta porque sei que posso voltar a ser repentinamente.
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